sábado, 17 de outubro de 2009

Qual é o gosto da carne humana?



Texto por Rafael Tonon

O sabor é forte para alguns, pode parecer amarga. Para outros, é levemente doce. Opa, não precisa me olhar com essa cara: isso é a opinião da maioria dos canibais que já se manifestaram sobre o assunto.

Os astecas, no século 16, serviam um prato com carne humana e milho chamado tlacatlaolli. Pela descrição do missionário franciscano Bernardino de Sahagun, a iguaria tinha um sabor adocicado. É a mesma opinião de guerrilheiros do Congo que, no século 20, teriam comido carne de pigmeus para ficarem mais fortes.

Outros canibais contam a experiência com detalhes ainda mais assustadores. O japonês Issei Sagawa, que matou e comeu uma professora em Paris, escreveu na autobiografia que a carne da moça era como atum cru em restaurante de sushi.

Já para o americano Albert Fish, que assassinava crianças, o gosto parecia carne de vitela, tenra e macia. Mas provavelmente a descrição mais chocante seja a do alemão Armin Meiwes, condenado à prisão perpétua em 2006 pela morte do engenheiro Bernd Brandes. Na noite de 9 de março de 2001, Armin cortou o pênis de Bernd, cozinhou o órgão e o dividiu com o próprio amputado!

No tribunal, o canibal disse que não havia gostado muito do membro assado ele achou a carne muito difícil de mastigar. Depois foi a vez de o próprio engenheiro virar picadinho. Armin comeu mais de 20 quilos da carne do morto ao longo de vários dias e comparou o banquete à carne de porco, um pouco mais amarga e mais forte.

Quando o degustador não tem sérios problemas mentais, a experiência de deglutir alguém da própria espécie é tão aterradora que o gosto é o que menos importa. Os sobreviventes do desastre aéreo de 1972 nos Andes, que passaram 72 dias isolados, tiveram que se alimentar da carne dos mortos no acidente para sobreviver.

O uruguaio Carlos Páez disse ter consumido a carne humana em pedaços finíssimos, congelados. Por causa das baixas temperaturas e do trauma, Páez afirmou que não sentiu gosto algum.

Fonte: Superinteressante (Janeiro de 2008)


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Outra pergunta que poderia ser feita, nesse mesmo sentido, seria: qual o valor nutricional dessa carne? Existem estudos sobre isso?

E, se fosse comprovado que a carne humana é o alimento mais "completo" para os seres humanos (uma mera suposição apenas), o que impediria a comercialização deste alimento?

A ética vem em primeiro lugar, certo?

5 comentários:

  1. Achei sua idéia macabra.... Já me culpo por comer carne de animal, quando mais humana....Mas interessante tocar nesse assunto.

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  2. Valeu por comentar, Iza. Esse assunto rende boas conversas mesmo. Outro link interessante é este:

    http://port.pravda.ru/sociedade/curiosas/19-10-2007/19827-canibal-0

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  3. Da mesma maneira que o boi não como boi, não devemos comer carne de espécie alguma, afinal, se temos nojo só ao mensionar comer cadáver... e aquela bisteca...uhmmm! que cadáver saboroso!

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  4. Você escreve muito bem, Leandro! Essa postagem realmente me fez refletir. Continue assim!

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  5. É impressionante, como muitos seres humanos, se espantam ao ver noticias canibalescas! Sendo que muitos, são seres onívoros. Pq uns nós comemos, outros já, nem passam pela nossa cabeça? Pq temos essa necessidade de dividir animais em domesticos, silvestres e de caça? Parabéns pelo post! ;D

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