terça-feira, 3 de novembro de 2009

O 1° vídeo do Youtube

ou "Youtube: o Zoológico humano?"



Postado no dia 23 de Abril de 2005 às 8:27PM, esse foi o primeiro vídeo mandado ao Youtube, quando este estreou. Por coincidência ou não, Thomas Edison, há pouco menos de um século, acrescentou um capítulo triste à memória dos elefantes, ou dos humanos:

"No início do século XX, Thomas Edison¹ imaginou uma forma de demonstrar, de uma só vez, o poder da eletricidade e o impacto de uma câmera de filmar. Ele filmou a eletrocução pública de um elefante". - Larry Law


Os Cegos e o Elefante²

Certo dia, um príncipe indiano mandou chamar um grupo de cegos de nascença e os reuniu no pátio do palácio. Ao mesmo tempo, mandou trazer um elefante e o colocou diante do grupo. Em seguida, conduzindo-os pela mão, foi levando os cegos até o elefante para que o apalpassem. Um apalpava a barriga, outro a cauda, outro a orelha, outro a tromba, outro uma das pernas. Quando todos os cegos tinham apalpado o paquiderme , o príncipe ordenou que cada um explicasse aos outros como era o elefante, então, o que tinha apalpado a barriga, disse que o elefante era como uma enorme panela. O que tinha apalpado a cauda até os pelos da extremidade discordou e disse que o elefante se parecia mais com uma vassoura. "Nada disso ", interrompeu o que tinha apalpado a orelha. "Se alguma coisa se parece é com um grande leque aberto". O que apalpara a tromba deu uma risada e interferiu: "Vocês estão por fora. O elefante tem a forma, as ondulações e a flexibilidade de uma mangueira de água...". "Essa não", replicou o que apalpara a perna, "ele é redondo como uma grande mangueira, mas não tem nada de ondulações nem de flexibilidade, é rígido como um poste...". Os cegos se envolveram numa discussão sem fim, cada um querendo provar que os outros estavam errados, e que o certo era o que ele dizia. Evidentemente cada um se apoiava na sua própria experiência e não conseguia entender como os demais podiam afirmar o que afirmavam. O príncipe deixou-os falar para ver se chegavam a um acordo, mas quando percebeu que eram incapazes de aceitar que os outros podiam ter tido outras experiências, ordenou que se calassem. "O elefante é tudo isso que vocês falaram.", explicou. "Tudo isso que cada um de vocês percebeu é só uma parte do elefante. Não devem negar o que os outros perceberam. Deveriam juntar as experiência de todos e tentar imaginar como a parte que cada um apalpou se une com as outras para formar esse todo que é o elefante."

Back to the Meaning³

"Com a sua tecnologia moderna – os mass media, os sistemas de transporte rápido, os computadores, os planos econômicos, etc – o capitalismo pode agora controlar as próprias condições da existência. O mundo que vemos não é o mundo real, é uma visão do mundo que estamos condicionados a ver… A vida em si tornou-se um espetáculo contemplado por uma audiência… A realidade é agora algo que olhamos para e pensamos sobre, não algo que experienciamos.”

Larry Law - The spectacle: A Skeleton Key


"Aqui no jardim zoológico, neste lugar de fascinação hipnótica, seres humanos vêm ver os seus próprios instintos enjaulados e esterilizados. Tudo o que é intrínseco à espécie humana, mas abafado pela sociedade capitalista, reaparece de forma segura no zôo. Agressão, sexualidade, movimento livre, desejo, divertimento, os puros impulsos de liberdade estão presos e expostos para o prazer alienado e para a manipulação de homens, mulheres e crianças. Aqui está o espetáculo inofensivo, em que tudo desejado pelos seres humanos existe apenas na condição de estar separado da realidade da existência humana… A condição de escravatura automaticamente coloca a questão: ‘Quais são as perspectivas de libertação?’ Escusado será dizer que a a noção de uma transformação revolucionária das relações entre humanos e animais é nos dias de hoje impensável.”

The Surrealist Group


Em parte, isso é verdade.


1. O conto do elefante
2. Thomas Edison e Nikola Tesla
3. Of Wolf and Man (Metallica)

Um comentário:

  1. "A human being is a part of a whole, called by us "universe", a part limited in time and space. He experiences himself, his thoughts and feelings as something separated from the rest... a kind of optical delusion of his consciousness. This delusion is a kind of prison for us, restricting us to our personal desires and to affection for a few persons nearest to us. Our task must be to free ourselves from this prison by widening our circle of compassion to embrace all living creatures and the whole of nature in its beauty."

    O ser humano é uma parte do todo, chamado por nós de "universo", uma parte limitada no tempo e no espaço. Ele experiencia a si mesmo, seus pensamentos e seus sentimentos, como algo separado do entorno - um tipo de ilusão de ótica da consciência. Essa ilusão é um tipo de prisão para nós, restringindo-nos a nossos desejos pessoais e a um afeto apenas para poucas pessoas ao nosso redor. Nossa tarefa deveria ser nos libertarmos ... aumentando o nosso círculo de compaixão para envolver todas as criaturas viventes, toda a natureza e sua beleza.

    Albert Einstein (físico, Nobel 1921)

    ResponderExcluir

Deixe seu comentário.