Vi esse comentário em um blog e não pude deixar de notá-lo, ou então, anotá-lo. Trata-se de uma certa visão a respeito do filme District 9, recentemente lançado nos cinemas mas talvez já fora de cartaz a essa época. Se você ainda não assistiu, é interessante...
Atenção: (CONTÉM SPOILERS)
Distrito 9: o filme
Usando a estória pra contar outra estória: Distrito 9 é a imagem de nós mesmos. Nosso microcosmo é uma nave-mãe toda-poderosa, gigantesca, extraordinária... mas perdida e caída. Nossas forças estão subnutridas e sem liderança da consciência original, divina! Após tanto tempo (no filme são apenas 20 anos, imagina quando são milhões como é nosso caso), a falta de esperança se torna em esquecimento de nossa origem, apesar de existir uma tremenda nave acima de nossas cabeças! Nem a olhamos mais... continuamos a viver biologicamente, pela sobrevivência. Mas há uma parte que nunca esqueceu, Christopher (menção a Cristo?). Ele trabalha incessantemente para recolher combustível necessário para seu retorno, ele nunca o perde de vista. Mas, por mais estranho e irônico que pareça, o desenrolar dos fatos o faz precisar de ajuda do ser dual (nós, personalidades), Wikus van de Merwe ("van de Merwe" significa "habitante da fronteira, do limite" e, ao mesmo tempo mero, simples, genuíno): ser metade deste mundo, metade do outro. Nos tornamos duais exatamente pela presença de Christopher (se ele não existisse, não haveria busca pelo retorno e, conseqüentemente, não haveria fluído para contaminar-se). Somos fustigados por essa dualidade, nossa condição amarra nossos destinos tão fortemente que nós mesmos sentimos na carne a necessidade desse retorno, mesmo que ele não seja nosso nem nunca será. É preciso sair da Matrix!! Para esta saída contribuímos, à medida em que, estando no mundo, vamos gradativamente nos afastando dele, deixando de pertencer a ele, nos tornando estrangeiros no mundo, alienígenas em um mundo de humanos. O final da estória...? Christopher reativa a nave-mãe, retoma o controle do microcosmo decaído e empreende uma jornada de 3 anos (reergue o templo em 3 dias..) para efetivamente curar e restabelecer a ordem da parte do seu mundo que se perdeu.
(Daniela *)
Mitologias à parte, não precisamos esperar a volta de Cristo, ou Buda, ou qualquer outro "enviado" à Terra, para nos darmos conta de quem realmente somos ou pelo menos tentarmos... apesar de que eventualmente necessitamos de uma ajudinha, não é mesmo?
idéias, textos, poesias sob(re) a mente
"[...] sussuro sem som, onde a gente se lembra do que nunca soube," G.R.
domingo, 8 de novembro de 2009
A volta de Christo(pher)
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muito legal a matéria! E principalmente o que vc escreveu!! :)
ResponderExcluirnão tinha ouvido falar desse filme, parece bom!
Laelia